sexta-feira, 6 de maio de 2011

A dura realidade do "Crer e Viver"

Existe um dilema intrigante no desenrolar da nossa caminhada, que às vezes de forma explícita, outras de maneira imperceptível, incomoda nosso íntimo por diversas fases de nossa vida. As vezes os cuidados desta vida ocupam mente e corpo com afazeres, muitas vezes, desnecessários e predatórios, porém, encontramos nisso uma dose de utilidade, a medida em que não permite que essas crises aflorem descontroladamente em nosso cotidiano.
Mas a grande dificuldade é confrontar o que cremos com o que vivemos, Muitas vezes penso, porque não podemos viver no mundo íntegro que idealizamos? Porque a distância entre o que cremos e o que vivemos, abre uma profunda fenda em nosso caminho? De quem será a culpa desse triste paradoxo?
Não existem respostas simples para essas perguntas, resta-nos entender a dura realidade de nossa fragilidade.
Exemplos disso acumulam-se aos montes nas escrituras, e se não nos alegram, ao menos nos confortam ao passo que podemos nos comparar com esses personagens e perceber que não somos uma estirpe humana piorada, nem melhorada dos nossos antepassados, nem tão pouco estamos na posição de julgar positiva ou negativamente, apenas sermos meros expectadores e observadores dos erros e acertos desses homens e mulheres do passado, tentando aprender um pouco de tudo. Não fora isso talvez nos faltasse forças para lidar com nossas próprias crises.
Vemos o caso de Davi, saiu do campo onde cuidava de ovelhas, para defender sua nação, sua honra e a imagem do seu Deus de um gigante que respirava afrontas contra todas essas coisas, diante de um exército de homens preparados, porém amedrontados, galgou a vitória pela sua fé e coragem, e foi escolhido por Deus para ser o regente de uma nação. Todavia, toda essa grandeza de convicções, aliados a uma fé operadora, foram em um só golpe lançados ao chão pela simples figura de uma mulher que se banhava enquanto Davi a observava, a partir daí desencadearam-se uma sucessão de erros com severas conseqüências.
E assim como Davi, muitos outros experimentaram o amargo sabor de seus erros, o que faz de nós expectadores de uma realidade cruel: “nem sempre conseguimos agir como cremos”, e isso ainda que não possa ser usado como desculpa, ou pretexto para nossos erros, nos estimula ao acerto, ao mesmo tempo que revela o quão frágil somos.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Reflexão sobre Galatas 5:1-15

Colocados em lados opostos, Cristo e a circuncisão. Aquilo que outrora despontava como a mais nítida distinção de um povo rico em religiosidade, agora é confrontado com o centro, e ao mesmo tempo o extremo paradoxal de sua própria convicção. Penso nisso com gotas de reflexão de minha árdua caminhada entre um sistema recebido e aprendido, com estacas fincadas pelo caminho delineando uma direção fria e insípida, comparado com um universo de descobertas com um imenso espaço a frente, sem limites nem caminhos pré concebidos, comunicando uma imensa liberdade de escolhas e decisões, me libertando da velha circuncisão, ainda que não física nem lógica, mas uma sombra hipócrita de controle descabido, que só se torna útil na medida em que descortina minha incapacidade de cumprir seus decretos pontuais. O eterno mestre abre as portas da liberdade e traz de frente de meus olhos uma jornada sobremaneira excelente. Em vez de pisar em pedras marcadas meticulosamente, a pluralidade de opções norteadas apenas pela vital condição de desprezar o egoísmo e fixar os olhos na placa iluminada inexplicavelmente por uma fé racional, mas incompreendida e desprezada tanto por céticos como por religiosos, que só pode ser vista através dos olhos reveladores daquele que habita incansavelmente o interior, muitas vezes confuso, dos que abriram as portas ao dono desse frágil tabernáculo, que com maestria indica nessa placa iluminada o mistério oculto, embora conhecido de todos, que define o sucesso daqueles que se prestam a observá-lo com a sensatez de segui-lo: “o amor”
Esse assusta e afugenta com veemência todas as futilidades pelas quais lutamos todos os dias, quando trocamos o excelente pelo inócuo.