Tenho acompanhado as discussões
sobre esse episódio triste do nosso país, descortinando o lado mais obscuro do
ser humano, mostrando o quanto as vaidades pessoais constroem um castelo de
cartas extremamente frágil e volátil. Tudo pode mudar de uma hora para a outra,
dependendo dos interesses e das vaidades envolvidas. O que menos conta nesse
redemoinho de lorotas escabrosas, é o mérito da questão, esse ficou legado a
segundo ou terceiro plano, em detrimento das vaidades de pessoas e grupos.
Não é de hoje que o ser humano se
encontra às voltas com esse tema, isso é antigo. A sede de poder para alimentar
a vaidade das pessoas é insaciável tanto quanto destrutiva, e levou a grandes
tragédias na história da humanidade, onde só para lembrar, encontramos nomes
como Hitler, Lennin, Mao tsé-Tung, Osama Bin Laden, e outros.
Mas se focarmos nossa visão para
o mal numa abordagem macro, voltada par os grandes vilões da história, não
conseguiremos digerir uma realidade que está muito mais próxima de nós, que são
as paixões da nossa própria vaidade, e acredite todos nós temos, talvez em
níveis diferentes, mas essa boa e velha natureza humana nunca falha.
Um bom exemplo é a forma como as
pessoas usam essas oportunidades para promover suas próprias opiniões, que
muitas vezes são construídas sem o mínimo de informação confiável, ou reflexão,
apenas copiando e colando opiniões alheias (“Ctrl C” “Ctrl V”). Isso acontece
no senado federal, na câmara dos deputados, nas ruas, nos bares, nas redes
sociais ou em qualquer conversa em que se possa encontrar um bom adversário em
que possamos como um trator, passar por cima dele sem piedade com nossos
argumentos, e que no final possamos dar a última palavra, e assim, fortalecer
nosso ego e dar voz às nossas vaidades.
Então passo a refletir no
objetivo da vaidade, o que ela tenta esconder nesse processo silencioso? Quando
conseguimos estender nosso olhar para além da vaidade, sempre vamos ter em
perspectiva a mesma coisa: o sofrimento de pessoas. Pessoas sofrem pelas consequências
de atos egoístas cometidos em nome da vaidade, pessoas sofrem pela
insensibilidade de palavras que não levam em consideração a paixão de outras
pessoas, pessoas sofrem quando a vaidade ignora laços, como os de amizade e família,
quando fere cruelmente sem ao menos conseguir se colocar no lugar do outro e
sentir a sua dor.
Essa é a verdade desse processo
que estamos assistindo denominado de impeachment, e que reflete o nosso egoísmo
cotidiano. Estamos julgando os nossos próprios erros quando esquecemos o
mérito, do qual não é meu objetivo analisar nesse texto, mas nos apegamos a
ideologias compradas prontas e partimos para a agressão verbal contra as pessoas
que defendem as demais ideologias.
Essa discussão deveria ser
voltada para atender as pessoas que estão sofrendo e não para levar mais
sofrimento, mas a inversão da razão e perpetuação da vaidade promovem
exatamente o contrário. Precisamos muito evoluir!
Já citava com propriedade a velha
e sábia Bíblia: Vaidade de vaidades! — diz o pregador, vaidade de
vaidades! É tudo vaidade. Ecl. 1:2
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